segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pastores: apascentadores ou gerentes?


Seria ingenuidade de nossa parte acreditar que a missão de dirigir uma igreja ou coordenar um grupo de pessoas, seja algo que não libere uma soma de valores morais, intelectuais e espirituais muita grande, sob a arregimentação de um líder. É verdade que a tarefa é muito árdua e nem todos que assumem a função estão aptos para tal labor.
Nessas últimas três décadas as igrejas evangélicas tiveram uma ascensão muito grande, seja no contingente congregacional ou no poderio comunicativo. Porém na ânsia de corresponder na mesma proporção deste progresso, as lideranças eclesiásticas ordenam pastores sem as condições básicas para assumirem tão importante cargo. E não é novidade para nós quando deparamo-nos com igrejas “revoltadas” com seus pastores que em casos não muito raros se julgam detentores do conhecimento humano e espiritual, além de deter a liberdade das ovelhas como se fossem bens do seu patrimônio egocêntrico e por assim pensarem, passam como tratores por cima de tudo e de todos. Segundo a palavra de Deus, aquele que deseja o episcopado grande obra almeja. O apóstolo Paulo conhecia bem as premissas de um verdadeiro obreiro e a primeira carta a Timóteo no capítulo três deixam claras as qualificações dos oficiais da Igreja. Então podemos chegar as seguintes indagações: Como selecionar o homem certo e aferir as suas aptidões. Existem segmentos evangélicos que não dão tanta ênfase ao currículo educacional do Anjo da Igreja, por julgarem que a missão de guiar as almas depende exclusivamente do seu conhecimento espiritual. Outros reconhecem esta condição como necessária, mas não única e defendem que esta unção especial deve somar-se ao conceito acadêmico, pois julgam extremamente necessário na totalização dos valores pessoais.
            Podemos afirmar com base em inúmeros fatos que muito dos nossos pastores deixam a desejar quando o assunto é relacionamento pessoal. A essência da palavra pastor diz que ele é aquele que apascenta ou protege o rebanho. Sinônimos que revelam e caracterizam-no como um protetor ou guardião dos interesses coletivos. É óbvio que a soma de valores intelectuais (formação teológica, cursos e afins), são importantes para os pastores, todavia estes não podem suplantar o homem espiritual que segundo a bíblia foi separado por determinação do Espírito Santo. A Igreja também precisa reconhecer que sob a figura do dirigente está um ser falível que assim como os demais, comete erros e sofre questionamentos interiores. Entretanto, esta condição não lhe dá o direito de tratar as pessoas como se fossem papéis em cima do birô do gabinete pastoral. O ofício lhe obriga a esquecer de si mesmo em detrimento do próximo, pois cabe a ele: instruir, consolar, admoestar, dirigir com justiça e amor, conciliando com sabedoria os aspectos fundamentais a sua conduta pastoral na transmissão dos ensinamentos divinos, canalizando e direcionando o Corpo de Cristo na perfeita comunhão e adoração a Deus. Quem tem deseja o episcopado excelente obra almeja... Porém nem tudo é flores, tá pronto para encarar?
Pr. Josean Dantas
Comunidade Vida

Nenhum comentário: